Desculpa!

Acho que te devo pedir desculpa mesmo antes de escrever, para de antemão me perdoares pelo que ainda não disse.

Se às vezes desejo muito que venhas depressa, outras vezes tenho dúvidas.

A tua irmã ainda é muito pequenina e às vezes sinto que lhe devo mais tempo, mais atenção, mais exclusividade.

Outras vezes tenho medo de perder o equilíbrio que finalmente sinto que conquistei. Um dia a dia mais ou menos organizado, finalmente, a três. E tenho medo da montanha russa que é a chegada de um bébé.

Também receio não ter capacidade fisica e psicológica para ter dois filhos pequenos tão próximos. Porque quero ser boa mãe.

Mas acho que no planear um filho nunca há o momento certo. Vão sempre existir pequenos egocentrismos que nos fazem querer adiar a data, e, para quem adora crianças como eu, vai também existir a loucura de querer ter sem pensar muito em mais nada. Apenas porque se gosta, apenas porque se quer.

Por isso, apesar de ser impossível, o que eu gostava era que viesses como a tua irmã. Sem planos. Porque decidiste que sim.

Mas sei que desde que decidimos, o teu pai e eu, que te queriamos ter, não há volta a dar. Já existes. Já penso em ti todos os dias. Já te espero.